ATIVIDADE
6 DE LÍNGUA PORTUGUESA
Gênero Textual: Poema
Poema é um texto literário composto de versos, e que podem
conter rimas ou não.
As principais
características dos poemas: verso,
estrofe, rima e ritmo.
1. Verso: cada linha de um
poema.
2. Estrofe: conjunto de versos.
3. Rima: está associada à sonoridade dos poemas e que acontece com a aproximação sonora entre as palavras ou expressões. No entanto, há poemas que não possuem rimas e são chamados de versos brancos.
Exemplo de poema com rima
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
(Trecho de Amor
é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões)
Exemplo de poema sem rima
Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
(Trecho de O sonho,
de Clarice Lispector)
4. Ritmo está relacionado com a sonoridade e a musicalidade presente nos poemas. Trata-se de um elemento muito importante produzido de maneira intencional de acordo com as palavras escolhidas pelo escritor.
Exemplo de poema com ritmo
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...)
(Trecho do
poema I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias)
5. Eu poético ou eu lírico: é uma voz criada pelo autor para expressar suas ideias, sensações e emoções no poema.
6. Sentido figurado: as palavras podem ser utilizadas em sentido figurado, também chamado sentido conotativo, ou seja, as palavras são utilizadas em sentido diferente do encontrado nos dicionários.
Diferença entre poema e
poesia
Embora esses dois termos sejam utilizados
como sinônimos, existem diferenças entre eles:
· Poema: gênero literário
composto de versos, estrofes e, por vezes, rimas.
· Poesia: qualquer produção artística que provoca emoções e que pode ser literatura, artes plásticas, escultura etc.
Dessa forma, podemos dizer que todo poema tem poesia, mas nem toda a poesia tem poema.
Num Planeta Enfermo
(Carlos Drummond de Andrade)
Cai
neve em Parnaíba,
noiva
branca.
Vem
dos lados de Pirapora do Bom Jesus.
Presente
de DEUS, com certeza,
a
seus filhos que jamais viram Europa.
Ou
talvez cortesia do Prefeito?
Moleques, brinquem na neve pura e rara.
Garotas, não tenham cerimônia.
Cai neve em Parnaíba, é promoção.
O senhor que é tabelião, o dr. promotor
por que não vão fazer bonecos dessa neve
especial, que reacende
o espírito infantil?
Corram
todos a ver a neve santa,
a
alvorejar em sua alvura.
Olha
a rua vestida de sonho,
olha
o jardim envolto em toalha de nuvens,
olha
nossas tristezas lavadas, enxugadas!
O
professor chega perto e não se encanta.
Esse
cheiro…- diz ele. Realmente,
quem
pode com esse cheiro nauseante?
A
neve foi mal feita, não se faz
neve
como em filmes e gravuras.
E
me dói a cabeça – diz alguém.
A
minha também, e o mal-estar
me
invade o corpo. Desculpem se vomito
à
vista de pessoas tão distintas
Envenenada
morre a flor de outubro
no
canteiro onde o branco
deixa
sua marca de gordura.
Marcadas
ficarão
as
casas coloniais da Praça da Matriz
tombadas
pelo PHAN?
A
pele dos rostos mais limpinhos
–
ai Rita, ai Mariazinha –
cheira
a óleo queimado.
Estranha
neve:
espuma,
espuma apenas
que
o vento espalha, bolha em baile no ar,
vinda
do Tietê alvoroçado
ao
abrir de comportas,
espuma
de dodecilbenzeno irredutível,
emergindo
das águas profanadas
do
rio-bandeirante, hoje rio-despejo
de
mil imundices do progresso
Pesadelo?
Sinal dos tempos?
Jeito
novo de punir cidades, pois a Bíblia
esgotou
os castigos de água e fogo?
Entre
flocos de espuma detergente
vão
se findar os dias lentamente
de
pecadores e não pecadores,
se
pecado é viver entre rios sem peixe
e
chaminés sem filtro e monstrimultinacionais,
onde
quer que a valia
valha
mais do que a vida?
Minha
Santana pobre de Parnaíba,
meu
dorido Bom Jesus de Pirapora,
meu
infecto Anhembi de gloria morta,
fostes
os chamados
não
para anunciar uma outra luz do dia,
mas
o branco sinistro, o negro branco,
o
branco sepultura do que é cor, perfume
e
graça de viver, enquanto vida
ou
memória de vida consente
neste
planeta enfermo.
ANDRADE, Carlos Drummond de Andrade. Poesia e
prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. p. 784-5.
1.
Quantas
estrofes o poema apresenta?
a.
5
b.
6
c.
7
d.
8
2.
O
poema apresenta rimas?
a.
Sim
b.
Não
3.
No
verso: “Cai neve em Parnaíba / noiva branca.
As palavras neve e noiva significam que
a.
há
neve no rio, representando pureza.
b.
há
espuma no rio, representando poluição.
4.
Marque
a alternativa onde o verso contém palavra utilizada em sentido conotativo (figurado).
a.
Garotas,
não tenham cerimônia.
b.
Vem
dos lados de Pirapora do Bom Jesus.
c.
A
pele dos rostos mais limpinhos.
d.
Olha
a rua vestida de sonho.
5.
Na
terceira estrofe, o eu lírico apresenta o comportamento da população em relação
à neve. A princípio, como a neve é vista
pela população?
a.
Curiosidade
b.
Algo
normal
6.
O
que acontece ao final da terceira estrofe?
a.
A
“neve” embeleza o as águas do rio.
b.
A
“neve” faz mal à saúde.
7.
Na
quarta estrofe, o eu lírico mostra as consequências da neve. Quais são?
a.
Poluição
e morte.
b.
Limpeza
e saúde.
8.
Na
quinta estrofe, o eu lírico explicita o que seria a neve. De onde vem a neve que invade o rio?
a.
Do
rio Tietê.
b.
Dos
esgotos das casas.
9.
Que
crítica o eu lírico apresenta nas duas últimas estrofes?
a. Que
a espuma é consequência de fenômenos naturais.
b. Que
a espuma é consequência da poluição das indústrias.
10. Na sexta estrofe, há a palavra monstrimultinacionais criada pelo eu
lírico. Qual é o sentido dessa palavra?
a.
Empresas
multinacionais.
b.
Empresas
brasileiras.
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